segunda-feira, 25 de maio de 2009

As Viagens de Gulliver

As Viagens de Gulliver, cujo título origianl é mais longo: Travels into several remote Nations of the World - in four parts (I- Viagem a Lilipute; II - Viagem a Brobdingnag; III - Viagem a Lapúcia, aos Balnibarbos, a Luggnagg, a Glubbdudrib e ao Japão; e, IV - Viagem ao país dos Huyhnhmns), foi escrito por Jonathan Swift e publicado no ano de 1726. O livro é um relato, em primeira pessoa, das viagens realizadas pelo cirurgião da Marinha Britânica Lemuel Gulliver. O contexto no qual o livro foi publicado é o período de expansão da Inglaterra, comercial e militarmente, pelos oceanos do mundo. Coincide também, com o declínio das antigas potências marítimas ibéricas (Portugal e Espanha). O livro de Swift é típico de um tipo de literatura de viagem, antecipando à literatura e as expedições científicas e ao imperialismo (neocolonialismo) do século XIX, quando as potências européias iniciaram um processo de expansão territorial sobre a Ásia e África.
Está presente, por exemplo, descrições dos diversos povos visitados. Referências às formas de governo, organização política, o que permite uma comparação com as monarquias européias. Entretanto, uma característica muito interessante da literatura nessa época é analisar os outros povos a partir dos próprios modelos europeus. As organizações sociais e políticas aparecem como atrasadas e a presença do elemento europeu permite a transformação e, consequentemente, a modernização de toda a sociedade. Isso ocorre também quando são "analisados" a forma como a economia é organizada e ela, ao ser comparada com as economias européias, encontra-se em estágio de desenvolvimento inferior.

As Viagens de Marco Polo

O comerciante veneziano (ainda não existia um país chamado Itália) Marco Polo, aventurou-se pela rota que ligava o Ocidente ao Oriente. As mercadorias orientais faziam grande sucesso no Ocidente (Europa), mas o preço era muito elevado, pois o monopólio comercial estava nas mãos dos mercadores muçulmanos. Muitos comerciantes buscavam romper com o monopólio, porém, esbarravam nos altos custos e nos perigos que a longa jornada impunha aos viajantes. Alguns, como Marco Polo, lançaram-se nesse empreendimento, justamente por garantir grandes riquezas àqueles decididos a enfrentar todos os obstáculos.
O Oriente era desconhecido para os ocidentais. O que se ouvia de terras tão longínquas eram narrativas carregadas de fantasia e mistérios, o que fascinava e intrigava a população do Ocidente. Em suas viagens, Marco Polo encantou-se com a região, pois em parte confirmava alguns dos relatos e, ao mesmo tempo, apareciam coisas jamais vistas em sua terra natal. A grandiosidade dos palácios e templos, o tamanho da população (naquela época muito superior que a do Ocidente), organização política onde o soberano era visto como um deus, muitas riquezas.
Marco Polo fez um relato minucioso e, ao mesmo tempo, carregado de espanto e admiração, das viagens à China e de todos os lugares por onde passou. Essas viagens duravam anos, por isso as mercadorias eram tão valorizadas no Ocidente. Esses relatos de viagem, onde são retratadas as pessoas e locais por onde se passam, eram muito comuns, não somente entre os estudiosos, mas também entre os comerciantes e missionários religiosos, cada um deles produzindo seus relatos de acordo com a "lente" que possuem. Isto é, os estudiosos através de um interesse científico, os religiosos através da lente da religião e os comerciantes como curiosos e turistas, que procuram compreender e entender os diversos povos com os quais mantém contato.